Vantagens do sistema de Credenciamento Universal
Mudanças são sempre necessárias, sobretudo, quando um sistema fica obsoleto, totalmente
ineficaz. É o caso da prestação de serviços feita pelos médicos na atualidade. O maior
prejudicado é o beneficiário/consumidor. Este, não sabe coisa alguma a respeito do seu
plano, quais os seus verdadeiros direitos. Que procedimentos constam no Rol da ANS? Qual
o valor de cada procedimento? Quanto seu médico receberá pela cirurgia que realizou? Se
tem direito a prótese, transplante, hemodiálise, tratamento para câncer, o valor da
anestesia...
O beneficiário precisa entrar no sistema sabendo o que está comprando, seus direitos
estipulados no livro que a ANS determinará, após debater com as Entidades Médicas e as
Operadoras de Planos de Saúde. O beneficiário ficará esclarecido, não alienado.
Com o sistema de Credenciamento Universal - todos os médicos para todos os pacientes,
o médico terá autonomia para arbitrar qual o valor do seu trabalho, a qualquer momento. Se
está situado em uma região de alto poder aquisitivo poderá cobrar mais. Caso trabalhe em
uma região carente cobrará menos. Se está com a agenda lotada e a procura por seus
serviços é intensa poderá aumentar o valor do seu trabalho. Caso contrário deverá diminuir
e adequar o valor.
Quem regulamentará o sistema será o mercado e não o poder econômico e o lobby político
das operadoras de planos de saúde, que aviltam os Honorários Médicos. Com isso o médico
é levado a trabalhar com quantidade, o que provoca a queda da qualidade. O serviço médico
é artesanal, não é industrial. Médico não vende mercadoria, médico vende serviço. A
concorrência no novo modelo será livre.
Os atritos entre médicos e operadoras, praticamente, desaparecerão. As operadoras darão
condições aos seus beneficiários de terem direito à medicina particular. Os médicos se
preocuparão somente com a boa prestação de seus serviços, como objetivo maior.
A relação médico-paciente e a competência do médico serão preponderantes neste sistema.
A formação do profissional, sua titularidade e até mesmo o conforto das instalações de sua
clínica e o treinamento de suas recepcionistas serão importantes.
Acaba o problema de saber se o médico está no livrinho do plano de saúde, se tem o
convênio. Basta ligar para o consultório do mesmo e saber qual o preço do seu trabalho. Daí,
decidir se pode ou não consultá-lo.
A recomendação de médicos por parentes, colegas e vizinhos volta a ter valor. Retorna a
salutar propaganda boca a boca, que não tem defeitos - é ética e sincera.
Sites da ANS, das operadoras e das Entidades Médicas poderão auxiliar os beneficiários na
escolha do seu médico. Nomes, endereços, telefones, valores cobrados...
O beneficiário que comprou o plano máximo poderá escolher seu médico, sem necessidade
de buscar reembolso posterior, como ocorre atualmente nos planos de livre escolha. Hoje, o
paciente paga, recebe um recibo e dá entrada em um pedido de reembolso na sua operadora. O pagamento passará a ser feito diretamente pela operadora ao médico.
Diferenças de valores contratados pelo paciente e cobrados pelo médico serão pagas à parte,
sem direito a reembolso, só a abatimento no Imposto de Renda.
A Receita Federal aprovará o sistema. Pelo menos, em tese, acaba com o sistema do com ou
sem recibo.
Dificilmente algum médico deixará de aderir ao sistema de Livre Escolha. O mercado se
abrirá para ele. O médico que visa a classe A, poderá atender pacientes que tenham planos
de saúde mais modestos, que complementarão os Honorários estipulados pelo próprio
médico.
Diminuirão muito as demandas jurídicas. As operadoras terão respaldo da ANS e das
próprias Entidades Médicas (CFM, AMB, Sociedades de Especialidades), que avalizarão o
modelo.
O Governo Federal será chamado a participar, aumentando o contingente de beneficiários -
Bolsa saúde! Diminuirão o desperdício de recursos, os escândalos administrativos, os
gigantismos, os empregos mal remunerados... Os governos Federal, Estadual e Municipal
poderão criar Centros de Excelência, bem equipados, com profissionais bem qualificados,
para administrar a Medicina de Alto Custo, que poderão ser instaladas, prioritariamente, em
hospitais universitários, com capacidade para produzir trabalhos e pesquisas gerando
novas descobertas. Ótimo para a medicina brasileira.
Os planos antigos, anteriores a 1996, onde os beneficiários têm poucos direitos,
desaparecerão com o tempo ou os seus beneficiários entenderão que o novo sistema é
muito mais transparente e migrarão por conta própria. As suas operadoras poderão dar
incentivos; ausência de carências para atendimento, alguns meses de prestações
subsidiadas..
Os beneficiários poderão decidir qual o plano que desejam para si e sua família. Se
escolherem o mais baixo, saberão que terão de complementar em algumas situações.
O beneficiário será co-gestor do seu plano, já que não aceitará fazer um monte de exames
auto-gerados, sem motivo.
Os patrões ao escolherem planos de saúde para seus funcionários saberão exatamente o
que estarão oferecendo. Hoje, sabem somente que seus funcionários tem plano de saúde,
mas não sabem quais os direitos deles. Procuram, quase sempre, o plano mais barato.
O médico não terá razões para massificar seu atendimento, podendo atender com mais
tempo e disposição seus pacientes. Acaba a desculpa de que recebe pouco pelo seu trabalho.
Ele é que estabelecerá o valor do seu trabalho. Valerá o velho axioma; Quem não tem
competência não se estabelece!
Nelson Louzada
Presidente da FeCOOESO e Coordenador de Honorários Médicos do CBO.
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